Quando ouviu essas
palavras, Pilatos deixou Jesus do lado de fora, e sentou-se na cadeira de
julgamento, no lugar designado Corte de Pedra (em aramaico, Gábata). Era o dia
de preparação para a Páscoa. Por volta do meio-dia, Pilatos disse aos judeus: “Aqui
está o rei de vocês”.
Eles gritaram de volta:
“Mate-o! Mate-o! Crucifique-o!”.
Pilatos disse: “Devo
crucificar o rei de vocês?”.
Os principais
sacerdotes responderam: “Não temos rei, senão César”.
Então, Pilatos cedeu ao
pedido deles e o entregou para ser crucificado.
Minhas leituras de hoje foram
dos capítulos 18 e 19 do evangelho de João. Jesus é levado pelos soldados
romanos e os servos dos sacerdotes, tendo sido entregue por Judas.
Nós poderíamos culpar os
romanos, que oprimiam o povo judeu e muitos outros povos, eram os bad guys, os
vilões. Eles tinham armas e capturaram Jesus, são culpados! Mas eles estavam lá
porque alguém os enviou, alguém fez uma denúncia incriminando Jesus. Sim,
podemos culpar os Sacerdotes, os homens de Deus, os escolhidos de Deus para ser
luz na terra e trazer a salvação ao mundo. Eles não só fizeram a denúncia como
enviaram seus servos e guardas para se certificarem de que Jesus seria capturado.
Eles são culpados. Mas e Judas? Judas não era romano e não era fariseu nem
sacerdote. Era discípulo de Jesus, havia estado lado a lado com Jesus por 3
anos, tinha ouvido suas palavras de vida eterna, tinha visto Jesus curar
inúmeros doentes, libertar os cativos e endemoniados, perdoar pecados. Ele
conhecia Jesus mas mesmo assim, decidiu entregá-lo. Podemos dizer que ele era
um cristão, um seguidor de Jesus, e também é culpado da morte do Senhor. Todos
os seus algozes tinham um motivo, uma motivação diferente para estar ali, entregando
o Filho de Deus à morte. A história é clara em mostrar que ninguém ficou de
fora. Estes personagens, como sempre acontece nas mensagens bíblicas, são
representativos da raça humana. Todos nós estávamos lá, entregando Jesus à
morte. “Não há um justo sequer” (Rm3:10).
O julgamento se segue com
Jesus passando pelos sacerdotes Anás e Caifás, enviado depois ao governador
Romano, Pilatos. Apesar dos esforços de Pilatos em convencer o povo judeu de
que não tinha nada contra aquele homem, e tentar absolver Jesus por ocasião da Páscoa,
os escolhidos de Deus para revelar Deus ao mundo gritavam em frenesi: Crucifique-o!
Crucifique-o! Mate-o! Mate-o!
Quando Pilatos ouve que Jesus alegava
ser o Filho de Deus, fica amedrontado, e tenta mais uma vez dissuadir o povo a
libertar Jesus, mais uma vez sem sucesso! Ele entrega então o Senhor a eles,
com a afirmação profética: “Aqui está o Rei de vocês!” e a resposta deles revela
nossa culpa pela morte do Cristo, o Filho de Deus: “Não temos rei, senão César”.
Pense na profundidade desse
acontecimento! Deus vem ao mundo para salvá-lo, e este responde: Não temos rei,
senão César! Essa expressão mostra a escravidão em que estávamos, nos condena. Se
Deus fosse alguém parecido conosco, daria meia volta e diria: Seus miseráveis,
vocês não tem conserto, não merecem o meu amor... Ou até diria um palavrão bem
comum dito hoje em dia, inclusive por nós cristãos, que vem acompanhado da
expressão “ligar o botão”. É o que nós merecíamos. É o que a humanidade
merecia!
Mas Deus não é homem e sua
superioridade e santidade é digna da nossa adoração/admiração. O seu amor não
tem nada a ver com a ideia de amor que temos. Ele veio a este mundo por amor a
nós, e nos amou quando ainda éramos seus inimigos! Veio para os seus, mas os
seus não o receberam! Ele veio ao mundo para nos salvar, porque sabia que se
não fizesse isso, por causa de sua santidade e justiça, jamais poderia se relacionar
conosco, na condição miserável em que estávamos! Jesus foi condenado em nosso
lugar. Em Cristo, Deus condenou o mundo! Em Cristo fomos reconciliados com Deus,
perdoados, santificados como Ele é Santo. Somos livres agora, livres para viver
eternamente com Ele, em um relacionamento verdadeiro e perfeito com o Deus que
nos criou, e que Jesus nos ensina a chamar de Pai.